MOBI-AGE
Este projeto exploratório tem como principal objetivo contribuir para a promoção da mobilidade sustentável destinada às camadas da população que, por terem mais idade e algumas restrições em termos de mobilidade pessoal, nem sempre têm o acesso facilitado aos espaços urbanos e aos componentes do sistema de transportes. Se até aqui o quantitativo desta população se poderia considerar equilibrada com o da população mais jovem, está neste momento em expansão em toda a Europa, com o número de pessoas com mais de 65 anos a ultrapassar o número de pessoas com menos de 18 anos, em muitos países. A pirâmide demográfica da Europa mostra a distribuição dos 503 milhões de homens e mulheres na União Europeia (com base nos países da UE27 em 2012), como uma “pirâmide constritiva”, que é típica de sociedades desenvolvidas com baixas taxas de fertilidade e mortalidade e com populações relativamente mais velhas. A população com idade entre 15 e 64 anos é de 335 milhões (66%), enquanto cerca de um quinto da população total tem mais de 65 anos de idade (100 milhões – 20%). Há apenas 78 milhões de crianças de 0 a 14 anos (15%). Nos centros urbanos concentra- se uma boa parte da população envelhecida das cidades, que habitam edifícios mais antigos. Por definição, e na maioria destas cidades, estas zonas são também aquelas onde se situam monumentos históricos e outros fatores de atração de turistas. O turismo sénior é também uma consequência do envelhecimento generalizado da população e tem vindo a aumentar. Este panorama torna os centros urbanos, nomeadamente os históricos, como locais onde se concentra um maior número de idosos comparativamente a outras zonas da cidade, quer residentes, quer visitantes. Tem vindo a constatar-se que nem o espaço público urbano nem o sistema de transportes estão adequados, em condições ótimas, às necessidades de mobilidade destes grupos. Desta forma, este projeto exploratório centrou- se antes de mais na revisão bibliográfica relativa à adequação do espaço urbano, ao nível de desenho urbano e infraestruturas, quanto aos percursos e quanto aos acessos pedonais, quer aos edifícios, quer aos pontos de acesso do sistema de transportes. Foram desenvolvidos dois estudos de caso, um em Coimbra e outro no Porto (centros históricos). Estudaram-se as características da população idosa residente, nas zonas de residência, e características do espaço público nas zonas de hotelaria e de atração turística, de modo a identificar as necessidades e carências. Este processo teve também a preocupação de criar inovação social, através da realização de sessões de colaboração participativa e dinâmica com essa população, aferindo de forma mais precisa quais são as suas necessidades e aspirações. Da conjugação da revisão bibliográfica e do trabalho de avaliação dos estudos de caso será elaborada uma metodologia de diagnóstico e classificação de espaços centrais históricos, particularmente os que são alvo de operações de reabilitação urbana, quanto à sua adequação em termos de mobilidade e acessibilidade intra e extra-área de estudo, para a população mais idosa residente e visitante.