Valor Natural
O uso de aditivos é uma prática comum no setor alimentar para aumentar o tempo de prateleira e/ou tornar os produtos mais apelativos. Existem mais de 2500 substâncias autorizadas para este fim, na maioria conservantes. Contudo os efeitos nocivos associados ao seu consumo são cada vez mais conhecidos e suportados por estudos que alertam para o facto de muitos deles terem recebido, inadequadamente, o estatuto GRAS. Este cenário e as discrepâncias de legislação (EU vs EUA) têm levado indústria e consumidores a aumentar a sua preferência por ingredientes naturais. Assim, o uso de aditivos sintéticos está cada vez mais limitado e, dada a tendência de mercado e conhecimento privilegiado do consórcio, prevê-se que muitos deles venham a ser proibidos. Para viabilizar a produção industrial de ingredientes naturais é crucial desenvolver soluções que colmatem fragilidades da cadeia produtiva, nomeadamente: a) promover a produção sustentada de fontes naturais ricas em compostos de interesse e a utilização de bio-resíduos; b) otimizar metodologias de extração eficientes e sustentáveis com facilidade de scale up; c) desenvolver equipamentos de extração/refinação versáteis e eficientes; d) desenvolver/aplicar técnicas de estabilização para aumentar a durabilidade, compatibilidade no processamento e eficácia nos produtos finais; e) otimizar metodologias de incorporação em produtos alvo. O projeto abordará ainda aspetos ligados aos aromas e à conservação recorrendo a metodologias inovadoras. A solução proposta pelo consórcio, formado tendo em consideração áreas chave e complementares, visa mobilizar uma cadeia de valor assente no desenvolvimento de ingredientes naturais conservantes, corantes, aromas e bioativos, para utilização alternativa aos aditivos sintéticos. Enquadra-se nas prioridades de investimento público: desafios societais do Horizonte 2020, Estratégias de Especialização Inteligente, Carta de Compromissos para o Desenvolvimento de Trás-os- Montes e Alto Douro.